Segundo estudos arqueológicos, a maquiagem se faz presente na história da humanidade desde o Egito Antigo. Originou-se no Kohl, um pigmento preto para contornar os olhos e tingir os cílios com o objetivo de realçar a beleza de mulheres e homens, e era considerado uma arte na época. Durante a Idade Média a vaidade acabou sendo deixada de lado, período histórico em que a crítica religiosa proferia mais alto (século V d.C).
A maquiagem voltou a se manifestar somente no século XV e seu uso era privilégio da realeza. Trezentos anos depois sua popularização se deu início, mesmo com seu uso associado à vulgarização feminina em alguns países. Preconceito este, que se estendeu até 1920 quando, por conta do cinema, a maquiagem começa a se transformar em um item de consumo mundial. Desde então vem revolucionando o mercado, a sociedade e o comportamento das pessoas.
A indústria da beleza hoje é multibilionária, o que deixa claro como os cosméticos se tornaram um elemento permanente em nossas vidas. De um lado os puristas afirmam que a aplicação desses produtos é maligna, de outro, estudos científicos apontam evidências de que a maquiagem afeta o cérebro de maneira positiva: desde a liberação de dopamina até o aumento da autoestima e confiança social.
Segundo a pesquisa “How make up changes you” realizada pela Space NK, 50% das mulheres norte americanas têm sentimentos negativos sobre sua aparência quando estão sem maquiagem. No Brasil, segundo o IBGE, 108,9 milhões de brasileiros se declaram pretos ou pardos. Isso significa que mais da metade da população brasileira se declara negra. Infelizmente nossa sociedade e mercado pecam quando se fala na indústria cosmética. É muito comum pessoas negras buscarem produtos para a pele e não encontrarem a cor ideal, que não os deixe acinzentados, que possuam textura uniforme e uma boa cobertura.
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Em 2017 o fenômeno mundial Rihanna lançou sua linha de cosméticos, prometendo revolucionar a indústria da beleza. A artista negra de origem caribenha inseriu a inclusão no DNA da sua nova marca, a Fenty Beauty, base de todo o sucesso e admiração, uma vez que a fundadora queria atender a todos, tendo em mente a ideia de que ninguém poderia ficar de fora. Mulheres de culturas sub-representadas receberam destaque global pela primeira vez.
Em seu primeiro ano tornou-se o maior lançamento do YouTube e foi classificada pela revista Times uma das melhores novidades de 2017. Foi preciso pensar em uma estratégia inteligente tanto de marketing quanto de mercado, para que o lançamento simultâneo fosse assertivo em 17 países selecionados independente de fuso horário.
O lema "Beleza para todos", é escancarado pela linha de bases. São 50 cores para todos os tipos de pele. Inclusive, por meses a imprensa utilizou o termo "Efeito Fenty" para explicar a aceitação dos consumidores. Para a diretora de marketing Sandy Saputo, esse "boom" foi uma forma de sacudir outras empresas a deixarem sua zona de conforto e pensarem mais na inclusão da humanidade.
Após todo o movimento de lançamento da marca, foi criado o movimento “Comunidade Fenty Beauty” que reforça laços com os consumidores. No ano de 2019 Rihanna foi eleita uma das mulheres mais poderosas sendo a primeira mulher negra a comandar uma grife de luxo do conglomerado LVMH, que administra marcas como Louis Vuitton e Dior.
Em Agosto de 2020 Fenty desembarcou no Brasil, e já nas primeiras 24 horas do seu lançamento, a marca teve um crescimento de 450% nas pesquisas realizadas no Google comparadas ao dia anterior. Em solo brasileiro a Fenty Beauty ganhou espaço nas prateleiras da Sephora, rede mundial de lojas de cosméticos, distribuídas em 30 países. Foram selecionadas influenciadoras digitais de diferentes idades e segmentos, abraçando todo o público que é representado pela fundadora para a sua divulgação.
Como podemos ver, a maquiagem faz parte da história da humanidade. Assim como cada período histórico ela também teve sua evolução e era moldada de acordo com o comportamento das pessoas perante a sociedade que viviam. A Fenty Beauty veio para reforçar que precisamos mudar a forma de como pensamos nos produtos, como os olhares devem ser voltados para todas as pessoas entendendo verdadeiramente suas problemáticas e não somente vendo as como "consumidoras".
Foto capa: GZH
Editada por: Xtrategy4
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