Por que medir a INsatisfação do seu cliente?

por
Tatiana Duarte e Roberta Soares

 Se você acredita que um totem na saída da loja com as opções “bom”, “ruim” e “péssimo” seja suficiente para entender a satisfação do consumidor em relação ao seu atendimento ou serviço, ou ainda, que para saber se o seu colaborador está comprometido basta preencher um formulário com “carinhas” felizes e tristes no refeitório da empresa, você definitivamente precisa continuar essa leitura!


Medir a satisfação de um cliente, consumidor ou colaborador é algo bem mais complexo e, portanto, não deve ser percebida e analisada de forma leviana.


Nos últimos anos a cultura de inovação e o mercado 4.0 vem transformando a forma como fornecedores e usuários interagem. Entretanto, ainda vemos muitas empresas buscando medir satisfação única e exclusivamente por exigências de certificações ou para a geração de índices para cálculo de participação nos lucros. 


Costumamos explicar aos nossos clientes que medir a INsatisfação é mais importante que a própria satisfação. Isso mesmo! Se por um lado a Satisfação contribui para a construção do posicionamento da marca, seus atributos e benefícios, é na INsatisfação que serão apontadas as oportunidades de melhorias para o seu negócio.


Neste contexto, a escolha da melhor abordagem, metodologia e estrutura de questionário são extremamente importantes.


Você certamente já ouviu falar em pesquisas Qualitativas e Quantitativas, certo?


Em linhas gerais, as pesquisas Qualitativas são exploratórias, não numéricas ou amostrais, que visam levantar hipóteses acerca de um determinado problema e/ou situação. Para que se consiga analisar tais resultados, uma dica é categorizar as respostas em grandes grupos. Aqui não se fala em questionário, mas em roteiro de entrevista.


Já a Quantitativa serve para que se testem as hipóteses levantadas na Qualitativa, e se tenha uma dimensão estatística levando em consideração cálculo amostral (margem de erro e grau de confiança)! Aqui sim falamos em questionários e não roteiros.  Abaixo iremos listar alguns termos que irão lhe ajudar a entender um pouco da etapa de formulação de um questionário de pesquisa. Eles basicamente se enquadram em Perguntas fechadas e Perguntas abertas. São elas:

  • Dicotômica: apenas duas opções de resposta. Ex: “sim” ou “não”, “concordo/discordo” ou “verdadeiro/falso”;
  • Pergunta tipo matriz: permite que o respondente avalie uma série de itens usando a mesma escala;
  • Ranking: o respondente ordena as alternativas de acordo com uma escala, que pode ser em função da sua preferência ou outro fator determinado;
  • Múltipla escolha (RM): é possível selecionar mais de uma resposta;
  • Resposta única (RU): é possível selecionar apenas uma resposta;
  • Pergunta de resposta aberta: possuem natureza exploratória uma vez que permitem que o respondente dê sua opinião sem induzir sua resposta com opções pré-estabelecidas.

 

As respostas podem ser espontâneas, em que uma pergunta é feita aos entrevistados e não é dada nenhuma alternativa para resposta, ou estimuladas, em que é informada uma lista de opções para o entrevistado escolher uma ou mais alternativas. Aqui geralmente são feitos cartões que serão exibidos ao entrevistado a fim de ajudá-lo na escolha.


Ainda, temos alguns índices que podem contribuir para o entendimento da experiência e percepção do seu cliente, como é o caso do IGS (índice Geral de Satisfação) e o NPS (Net Promoter Score), ou seja, o índice de clientes promotores de uma marca.


No caso do IGS muito se utiliza a Escala Likert (pergunta de única escolha), em que o entrevistado deve avaliar sua satisfação ou grau de concordância dentre 3 ou 5 opções de resposta, como por exemplo:

1) discordo totalmente 

2) discordo

3) indiferente (neutro)

4) concordo

5) concordo totalmente

 

Antes de explicarmos o que é NPS é bastante importante distinguirmos dois termos que muitas vezes são erroneamente utilizados como sinônimos: indicação e recomendação. Se você indica algo para alguém não necessariamente o recomenda, concorda?

Ex: Eu indiquei 3 salões de beleza do bairro para minha mãe. 

A indicação pode ser simplesmente o apontamento de opções, não refletindo a percepção e o sentimento da parte que a faz. Que indicou pode ser que nunca tenha usufruído determinado produto ou serviço.

Já a recomendação implica em você "assinar embaixo"de algo, ou seja, atestar que conhece e entende que seria benéfico para  a outra parte conhecer e usufruir também.

Ex: Eu recomendei o salões de beleza "Flor de Liz" aqui do bairro para minha mãe. 


Você eventualmente já foi questionado: "Em uma escala de 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar a (empresa) para um amigo ou colega?". Esta é a pergunta clássica para identificarmos o índice de clientes promotores. A ideia é justamente utilizar-se do apelo emocional, uma vez que não recomendamos algo ruim para alguém que queremos bem. Por isso a exigência é alta!

Notas:

0 a 6: correspondem a clientes detratores da marca;

7 a 8: correspondem a clientes neutros;

9 a 10: correspondem a clientes promotores da marca.



Pergunta aberta, fechada, Likert, Dicotômica, IGS e/ou NPS… tão importante quanto estruturar e coletar, é analisar os dados realizando os cruzamentos necessários para que se obtenham informações estratégicas.


É nesse momento que entra a Inteligência de Mercado, o Core Business da Xtrategy4. Previamente a etapa de pesquisa, fazemos uma verdadeira imersão nos negócios dos nossos clientes para entender qual a melhor estratégia, seja através de pesquisas ou não. Quando esta é imprescindível, desenhamos o melhor escopo para o seu negócio, desenvolvendo o estudo e realizando a ligação entre os números e transformando-os em informações relevantes. O "achismo" não tem vez, afinal de contas e como sempre falamos: contra dados não há argumentos!


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